sábado, 2 de novembro de 2013

2010: Vietnã celebra 35 anos da vitória contra os EUA


Visitem esse site, fala sobre o turismo do Vietnã. De forma mais atual, após a guerra violenta que é assunto desse blog! Muito interessante! 

Túneis do Vietnã



Governo Nixon e o Fim da Guerra



O governo Nixon era baseado na política de “paz com honra no Vietnã".  
Seu plano era reforçar as forças armadas sul-vietnamitas para que pudessem levar adiante sozinhos a defesa do país, o que ficou conhecido como vietnamização. Nixon, no entanto, não queria somente retirar-se da guerra: ele queria que isso acontecesse de modo a reafirmar a soberania dos Estados Unidos, o que fez como que utilizasse de táticas que inclusive aumentaram o alcance geográfico da guerra e intensificou seus conflitos.
A fim de alcançar essa "honra", o governo norte-americano violou os acordos de neutralidade estabelecidos com Camboja e bombardeou a região e, junto ao exército sul-vietnamita, lançou incursões militares ao Camboja, para atacar diretamente as bases comunistas ali instaladas. A invasão do Camboja provocou protestos em todos os Estados Unidos e a guarda nacional do país passou a agredir e até matar alguns protestantes o que levou a revolta no país a um nível caótico.

Bandeira do Vietnã do Norte, utilizada até hoje como bandeira do Vietnã unificado.

Com inúmeros protestos iniciados desde os primeiros anos da década de 1970, com as derrotas sucessivas e com as frequentes exigências da população  de saída do conflito e retorno imediato das tropas, o governo norte-americano aceita o Acordo de Paris, que previa o cessar-fogo, em 1973. Em 1975, ocorre a retirada total das tropas norte-americanas. É a vitória do Vietnã do Norte.

Políticas do governo Johnson e a Ofensiva TET

Charge ironizando o comportamento de L.B.Jonhson


A opinião pública norte-americana que havia apoiado inicialmente o envio de tropas, se baseando na premissa de que o Vietnã era parte de um esforço global para combater o comunismo, já mudava de opinião e constatava os inúmeros fracassos e perda de soldados em combate uma vez que as forças armadas americanas eram treinadas e instruídas para guerras ofensivas e seus comandantes eram psicológica e institucionalmente pouco qualificados a ações defensivas.

O presidente Johnson, no entanto, insistia em manter uma política de conquistar corações e mentes a favor de sua causa: O Vietnã do Sul passou por grandes investimentos e entrada tanto de produtos quanto de capital americano, transformando dessa forma a economia e ganhando a sociedade sul-vietnamita. 


Manifestação contra a destruição do Vietnã

Por outro lado, para lidar com a própria população americana estabelecia-se uma “política de sinceridade mínima” em seus encontros com a imprensa, encobrindo a realidade e enfatizando somente histórias que mostrassem progresso. Com o tempo as táticas do governo Johnson começaram a falhar: As desconfianças se tornavam cada vez mais fortes e o massacre cada vez mais evidente. A cobertura da guerra feita pelos correspondentes e as notícias do Pentágono começaram a divergir, a falta de credibilidade começou a aumentar. 

Hey, hey, LBJ! Quantas crianças você matou hoje?

Em outubro de 1967, uma grande manifestação antiguerra aconteceu nas escadas do Pentágono, em Washington, e alguns manifestantes entoaram o canto que se tornaria comum nos protestos vindouros: 'Hey, Hey, LBJ! How many kids did you kill today?' (Ei, Ei, LBJ! - as iniciais de Lyndon Baynes Johnson - quantas crianças você matou hoje?).


As tropas militares Vietcongues empreenderam uma violenta ação militar, em 1968, invadindo cidades do sul como Saigon, Hué e Khe Sahn com o objetivo de tomar conta de todo o Vietnã.  Esta ação ofensiva foi de suma importância para destruir a imagem que até então o presidente americano expunha na imprensa: As investidas americanas não estavam surtindo muitos avanços.
A invasão da Embaixada dos Estados Unidos, no Vietnã do Sul, por exemplo, foi de fundamental importância para que a opinião pública internacional começasse a desconfiar sobre a supremacia bélica dos Estados Unidos e para que os protestos emergissem em todo o mundo questionando a validade da ocupação dos EUA naquela região. 
Embora a ofensiva do TET tenha sido controlada pelas tropas dos Estados Unidos, a atenção da mídia e a mudança de sua opinião a respeito das guerras no Oriente havia mudado. O poder bélico era questionado assim como o presidente do país que perdeu total apoio público para sua reeleição.
Logo, em 1968, houve eleições presidenciais e  Richard Nixon foi eleito.

A brutalidade da Guerra do Vietnã

Imagem esquematiza os túneis utilizados pelo Vietnã do Norte durante a guerra.

A escalada da Guerra do Vietnã começou oficialmente na manhã de 31 de janeiro de 1965, com a participação maciça das forças armadas Norte-Americanas. Durante os dez anos de guerra os soldados norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos. Porém sofriam num território marcado pela engenhosidade das florestas tropicais fechadas e grande quantidade de chuvas e sentiam muita dificuldade em combater os vietcongues que utilizaram táticas de guerrilha e o próprio ambiente para formular suas estratégias. O exército americano estava, então, em desvantagem, e com a guerra cada vez mais sangrenta, aos poucos surgiram muitos descontentamentos de seu próprio povo.


Interior do túnel Vinh Moc.

Os túneis de Vinh Moc são alguns túneis usados pelo Vietnã do Norte para lutar contra os americanos durante a guerra do Vietnã e usados pela população civil para se proteger contra o bombardeio dos EUA. O complexo de túneis de Vinh Moc foram construídos na margem norte do Rio de Hai Ben. As obras de construção que levaram cerca de treze meses por volta dos anos 1965 à 1966 contaram com a participação de todas as pessoas da aldeia. Foram utilizados para a sua construção apenas ferramentas de exploração e estima-se que 300 pessoas viveram permanentemente nos túneis durante os anos de 1966 até 1972, estima-se também que dezessete crianças nasceram no interior dos túneis de Vinh Moc. 
Os túneis estendem 2,8 km de comprimento, dividida em 3 níveis de mais de dez metros cada. O nível mais superior era apropriado para a vida das famílias, que residiam em pequenas habitações escavadas na rocha de pedra calcária de 4 metros de largura. O segundo nível foi usado para armazenar comida e armas, além de manter reuniões estratégicas. O último e mais profundo nível, utilizou-se a refugiar-se do bombardeio.

Bombardeio pelo exército norte-americano no Vietnã do Norte.

A vida era extremamente árdua e contava com cenários dos mais horrendos. Durante muito tempo, tanto a população do Vietnã do Norte quanto a do Vietnã do Sul se chocaram com trincheiras armadas à guerra, grande escassez de comida e a vida de seus familiares em constante perigo com os ataques aéreos do exército americano que muitas vezes alcançava além do território do Norte, os territórios vizinhos ou até mesmo o próprio solo de combate. 

Golfo de Tokin



"O Incidente do Golfo de Tonkin é um exemplo sempre citado de como Lyndon Johnson enganou o povo americano para conseguir apoio para a sua política no Vietnã" Louise Gerdes

Lyndon Johnson, como representante da política norte americana, busca no novo governo do Vietnã do Norte garantir e reafirmar sua soberania. O caráter controlador e anticomunista dos EUA não admitiria a vitória socialista: gradualmente, o país se prepara para uma intervenção sangrenta e direta na guerra. No entanto para conseguir o apoio da opinião-pública não bastava apenas a ameaça anticomunista. O incidente do Golfo de Tonkin foi a justificativa ideal encontrada pelos americanos para declarar guerra ao Vietnã do Norte em 1964, alegando que Destroyers norte-americanos haviam sido atacados por navios de guerra vietnamitas.
Mais tarde em 2005, entretanto, documentos secretos liberados pela Agência Nacional de Segurança, revelam que não houve nenhum ataque a barcos americanos no dia 4 de agosto de 1964. O pretexto encontrado pelos EUA no entanto, convocou a pátria para a Guerra do Vietnã, considerada uma das mais sangrentas, na qual muitos soldados americanos lutam sem saber de seu cunho extremamente político.